A esquizofrenia é um transtorno mental crônico, com diferentes apresentações e gravidades, que pode gerar muitos prejuízos no funcionamento social, ocupacional e cognitivo dos pacientes.
Sumário:
- O que é esquizofrenia e como se apresenta?
- Sintomas de esquizofrenia
- Existe teste para realizar o diagnóstico?
- Como é o tratamento?
- ‘Esquizofrênico’ pode trabalhar?
Dra. Luciana Rêgo é médica psiquiatra e trata pacientes com transtornos psicóticos, como a esquizofrenia.
Seja para você ou um familiar, agende consulta com um profissional especializado. Dra. Luciana é capaz de trazer clareza para a sua mente e de seu familiar.
Veja o que os pacientes falam sobre a consulta com a Dra. Luciana:
Veja mais comentários no perfil do Doctoralia
O que é esquizofrenia e como se apresenta?
A esquizofrenia é um transtorno mental crônico. Para cada 100 pessoas cerca de 1 a 2 apresentam esse transtorno ao longo da vida.
Tem uma apresentação muito diferente para cada paciente, mas de modo geral os pacientes que apresentam esquizofrenia vão apresentar em algum momento ao longo da vida uma quebra importante no seu padrão de funcionamento social, na sua clareza de pensar e agir.
A esquizofrenia é um transtorno que é o modelo das psicoses. A psicose é um termo utilizado para se referir a um estado de desconexão com a realidade.
Essa cisão da realidade pode acontecer por vários motivos, como um estado psicótico induzido pelo uso de substâncias, por exemplo, ou outros transtornos psicóticos. Mas, a principal condição psiquiátrica que está relacionada a essa quebra com a realidade é a esquizofrenia.
A psicose se caracteriza por padrões de alteração do pensamento (ex: delírios), da sensopercepção (ex: alucinações); da linguagem (ex: falar coisas sem sentido) e comportamento desorganizado (ex: ficar inquieto, repetindo ações sem sentido).
A esquizofrenia tem apresentação por volta dos 15 a 25 anos nos homens e 25 a 35 anos nas mulheres. Embora mais raro, a esquizofrenia pode acometer crianças menores de 15 anos.
Existem fatores genéticos e ambientais que influenciam o seu surgimento, desde o momento pré-natal, que é considerado um período crítico do desenvolvimento cerebral. Dentre esses eventos podemos citar:
- Nutrição materna;
- Infecção durante a gestação
- Estresse
- Negligência e traumas na infância
- Uso de maconha na adolescência
Sintomas de esquizofrenia
Os sinais e sintomas de esquizofrenia são muito diferentes em cada paciente, mas muitas vezes o quadro pode começar a se manifestar com maior isolamento social, querendo ficar o dia todo no quarto, falando e rindo sozinho.
Apresenta dificuldades de lidar com barulhos, com mudanças de rotina, com prejuízos no seu autocuidado. Geralmente são tomados por um sentimento de medo intenso, por acharem que estão sendo perseguidos, por ouvirem vozes assustadoras que mandam ele fazer algo. Claro, que nem todos os pacientes vão apresentar-se dessa forma, por isso a manifestação é heterogênea.
O paciente pode ter surtos psicóticos, momentos em que os sintomas se exacerbam.
Mas, segundo os critérios diagnósticos do Manual diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais, 5° edição – (DSM V), o paciente precisa ter 2 ou mais, dos 5 itens a seguir, e pelo menos 1 deles deve ser (1,2 ou 3).
- Delírios (alteração do pensamento, como achar que está sendo perseguido)
- Alucinações (alteração da sensopercepção, ter a percepção de que escuta vozes)
- Discurso desorganizado (falar coisas sem sentido para quem escuta)
- Comportamento grosseiramente desorganizado
- Sintomas negativos (ex: embotamento afetivo; não ter iniciativa para realizar atividades).
Existe teste para realizar o diagnóstico?
Não. O diagnóstico de esquizofrenia é realizado pela avaliação clínica, feita por um médico psiquiatra. Muitas vezes solicitamos exames para excluir que os sintomas não sejam decorrentes de outras condições médicas.
Atualmente tem se pesquisado muitos testes genéticos, mas todos ainda estão em fase de pesquisa e não tem ainda aplicação prática para realização de diagnóstico.
Como é o tratamento?
O tratamento da esquizofrenia é realizado com medicações que ajudam a controlar os sintomas.
O tratamento inicial e de manutenção requer cuidados específicos, tendo em vista o potencial de efeitos colaterais dessas medicações no curto e longo prazo.
Além disso, um dos focos do tratamento é o enriquecimento de rotina, apoio, aconselhamento para que o paciente consiga aderir bem ao tratamento e preservar ao máximo sua autonomia e independência.
Os antipsicóticos mais antigos podem gerar efeitos colaterais de sedação, sialorréia, rigidez muscular e tremores. Já os antipsicóticos mais novos podem gerar aumento de peso, alteração de taxas de lipídio e açúcar no sangue.
A escolha da medicação depende do que o paciente já usou, de sua resposta ao tratamento, considerando a eficácia, tolerabilidade e possibilidade de comprar as medicações. Já que os preços dos antipsicóticos são variados.
Para pacientes com dificuldade de tomar regularmente as medicações, existem medicações injetáveis, que podemos aplicar a cada mês. E isso pode ser uma opção desde que realizada com orientação médica.
Quanto antes o tratamento e a estabilidade é atingida melhor o prognóstico do paciente. É uma condição potencialmente grave, mas quando tratada precocemente pode minimizar os prejuízos no funcionamento global do paciente.
‘Esquizofrênico’ pode trabalhar?
Sim, pacientes portadores de esquizofrenia, principalmente quando tratados de modo precoce e com bom suporte familiar e adesão ao uso das medicações podem conseguir trabalhar. Existem trabalhos apoiados, que incluem muitas pessoas portadoras de transtornos mentais.
Ser portador de um transtorno mental não reflete necessariamente na capacidade do indivíduo trabalhar, o que determina isso é a gravidade de sua apresentação. Embora saibamos que a esquizofrenia é uma das condições médicas mais incapacitantes no mundo.
Porém, devemos respeitar e entender as individualidades, possivelmente a pessoa com esquizofrenia não terá o mesmo desempenho que poderia ter antes de adoecer.
Seja para você ou um familiar, busque ajuda de um profissional capacitado.
Dra. Luciana Rêgo
CRM-SP: 212125
RQE:114648
Leia também:
https://dralucianarego.com.br/psiquiatra-medico-de-loucos/
https://dralucianarego.com.br/insonia-melhore-seu-sono/
Fonte: