A personalidade são as características que constituem o sujeito. Esses traços influenciam o seu modo de ser e de se relacionar no mundo. Quando as características são inflexíveis pode gerar muito sofrimento para si e para os outros, constituindo um transtorno de personalidade.
Sumário:
- O que é a personalidade e o que é um transtorno de personalidade?
- Quais os tipos de transtorno de personalidade?
- Principais características
- Comorbidades
- Tratamento dos transtornos de personalidade
Dra. Luciana Rêgo é médica psiquiatra e atende já ajudou no tratamento de muitas pessoas com transtorno de personalidade.
O que é personalidade e o que é um transtorno de personalidade?
A personalidade é um conjunto de características de uma pessoa, que refletem seu modo de pensar, sentir, agir e como ela se relaciona com outras pessoas.
Todas as pessoas apresentam traços de personalidade, constituindo o seu modo de ser e se relacionar no mundo, fruto de aspectos inatos (temperamento) e de experiências adquiridas no decorrer da vida.
Essas características individuais passam a ser um transtorno de personalidade quando essas características são rígidas e mal adaptativas.
Isso gera um padrão de funcionamento do indivíduo que envolve aspectos afetivos, cognitivos, volitivos, de sociabilidade, consciência e outros que produzem sofrimento para si, ou para as pessoas com quem convive.
Quais os tipos de transtorno de personalidade?
Existem diferentes classificações, a mais tradicional traz o modelo de uma classificação categorial. Em que temos 10 tipos de transtorno de personalidade. Elas são divididas em 3 grupos (3 cluster – A, B e C).
Porém classificações mais modernas, que são as classificações dimensionais, a exemplo do que traz a CID-11 (Código Internacional de Doenças – 11° edição), não existe essa divisão em nomenclaturas (pelo uso pejorativo de muitas delas) e a avaliação é mais complexa. A classificação é predominantemente em cima das disfunções no funcionamento do self e interpessoais. Sendo possível a graduação em níveis – leve, moderado e grave.
Mas, seguindo a classificação mais tradicional, cito abaixo os tipos de transtorno de personalidade e seus grupos:
- Grupo A: padrão esquisitos ou desconfiados
Transtorno de Personalidade Esquizóide
Transtorno de Personalidade Esquizotípica
Transtorno de Personalidade Paranóide
- Grupo B: padrão emocionalmente instáveis e/ou manipuladores e/ou centro das atenções
Transtorno de Personalidade Borderline (ou Limítrofe)
Transtorno de Personalidade Histriônica
Transtorno de Personalidade Narcisista
Transtorno de Personalidade Antissocial
- Grupo C: padrão ansioso e/ou controladores e/ou controlados
Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva (ou Anancástico)
Transtorno de personalidade evitativa
Transtorno de personalidade dependente
Principais características
Esquizóide – distanciamento nas relações, solitário, indiferente;
Esquizotípico – ideias e crenças estranhas, aparência física excêntrica;
Paranóide – desconfiança constante, sente-se prejudicado nas relações, culpa os outros;
Borderline – relações pessoais instáveis, impulsivo, sentimento de vazio, medo de abandono, dificuldade na autoimagem;
Histriônico – busca ser o centro das atenções, teatral, manipulador, impressionista;
Narcisista – Necessidade intensa de admiração, sente-se superior, grandiosidade;
Antissocial – Frieza emocional, não sente culpa ou remorso, mente recorrente, irresponsável;
Anancástico – metódico, minucioso, não tolera improvisos, perfeccionista, controlador (dos outros e de si);
Evitativo – evita ao máximo interações sociais, sente-se inadequado, muita sensibilidade à avaliação negativa;
Dependente – necessita muito agradar os outros, sem autonomia, sente-se desamparado quando sozinho, submisso.
Comorbidades
Muitas das pessoas com transtornos de personalidade apresentam outros transtornos mentais, tais como: depressão, transtorno de ansiedade, uso de substâncias, transtornos alimentares.
Tratamento dos transtornos de Personalidade
A primeira linha de tratamento dos transtornos de personalidade é a psicoterapia. O acompanhamento psicológico deve ser capaz de reduzir o sofrimento do paciente, diminuir padrões comportamentais mal adaptativos e até modificar traços de personalidade.
Muitas vezes, os pacientes sofrem, sentem culpa por agir de determinado modo, sentem arrependimentos e inadequados. A terapia é fundamental para encorajá-los na mudança.
Porém, muitos pacientes não engajam na terapia o que tende a cronificar os seus traços disfuncionais e seus prejuízos também.
A medicação é necessária quando estivermos tratando as comorbidades (ansiedade, depressão, por exemplo), e em alguns tipos de transtorno de personalidade utilizamos a medicação para controle de alguns sintomas.
Dra. Luciana Rêgo
Médica psiquiatra
CRM-SP: 212125
RQE: 114648
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