Luciana Rêgo

TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que acomete cerca de 3 a 5% dos adultos no mundo. Identificar e tratar o TDAH é fundamental para diminuir os prejuízos que os sintomas geram na vida da pessoa. É uma condição que tem início na infância (antes dos 12 anos), com grande herdabilidade, ou seja, pais com TDAH apresentam grande chances de terem filhos com TDAH.

Sumário:

  • O que é TDAH? 
  • Quais as características do TDAH no adulto?
  • Doenças comuns em quem tem TDAH
  • O que pode piorar o TDAH?
  • Tratamento do TDAH no adulto

Dra. Luciana Rêgo é médica psiquiatra e realiza tratamento de pessoas com TDAH. Ajuda centenas de pessoas a melhorar dos sintomas e dos prejuízos funcionais que o transtorno gera ao longo da vida da pessoa. Controle melhor seus pensamentos e suas emoções, priorizando a sua saúde mental. 

psiquiatra

Veja o que os pacientes da Dra. Luciana falam dela:

        psiquiatra             

                     psiquiatra         

               psiquiatra

O que é TDAH?

O TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, é um transtorno tipicamente do neurodesenvolvimento, em que a rigor os sintomas iniciam antes dos 12 anos de idade, trazendo diversos prejuízos para o paciente na sua capacidade de socialização, desempenho escolar, entre outros. Sabemos que tabagismo na gestação, baixo peso ao nascer e prematuridade são alguns fatores de risco para o desenvolvimento de TDAH. 


É uma doença séria, e que até pouco tempo atrás não era tão falada e diagnosticada. Assim, muitos adultos não receberam diagnóstico no tempo ideal.

E apesar de ser difícil recordar momentos da infância com muita clareza, muitas das crianças com TDAH por desconhecimento, eram rotuladas, como: “danadas”, “não para quieto”, “esse menino perde tudo”, “é distraído”, “não presta atenção”, “vive no mundo da lua”, “fala demais”, “pergunta o tempo todo”, “essa criança vale por 10”.

Esses estigmas podem produzir outros sofrimentos para além do transtorno, como prejuízos da autoimagem, disfunções na personalidade, que podem perdurar por toda a vida.

Além disso, é importante saber que mesmo crianças adequadamente tratadas com TDAH, mais de 50% delas continuarão a atender critérios diagnósticos para TDAH na fase adulta.

O TDAH possui apresentações clínicas distintas, sendo os sintomas relacionados a 3 grandes eixos: desatenção, hiperatividade e impulsividade.

As características do TDAH no adulto diferem das manifestações na infância. Crianças e adolescentes do sexo masculino apresentam mais hiperatividade e impulsividade, enquanto meninas apresentam mais desatenção.

Já na fase adulta é mais comum ambos os sexos apresentarem mais sintomas relacionados à desatenção. E isso é um  aspecto crucial na avaliação do adulto para pensarmos em diagnósticos diferenciais, pois existem muitas outras doenças mentais e estressores ambientais que alteram nossa capacidade de atenção, como transtornos de ansiedade, transtornos de humor e outros.

Independente da fase do TDAH é necessário que os sintomas tragam prejuízos  em mais de uma área da vida, seja no âmbito familiar, social, acadêmico e profissional.

Quais as características do TDAH no adulto?

tdah

O TDAH no adulto é caracterizado por sintomas de desatenção, impulsividade, inquietação, disfunção executiva e desregulação emocional.  E esses sintomas promovem prejuízos no funcionamento do paciente.

Adultos com TDAH possuem maiores dificuldades no trabalho, nos relacionamentos, envolvem-se mais em acidentes (inclusive de trânsito). 

As características isoladas não fecham diagnóstico para TDAH, mas podem indicar a necessidade de uma investigação. O diagnóstico deve ser realizado por um médico psiquiatra, neurologista ou neuropediatra com atuação em TDAH.

Existem testes neuropsicológicos que podem sugerir o diagnóstico, mas ainda assim não confirmam. São testes que precisam ser bem realizados, pois muitos fatores podem interferir no resultado. Por isso, uma avaliação adequada é fundamental. 

Abaixo cito 15 Características de TDAH no adulto:

  1. Atrasos frequentes
  2. Procrastinação
  3. Dificuldade em cumprir prazos
  4. Dificuldade em decidir
  5. Dificuldade em organizar/planejar atividades
  6. Esquecimentos – esquece o que acabou de pensar, esquece/perde objetos com frequência, esquece de fazer refeições.  
  7. Pouca noção de tempo 
  8. Hiperfoco em algum momentos
  9. Falar demais
  10. Pensar demais
  11. Vive no 8 ou 80 – “tudo ou nada”
  12. Problemas para dormir
  13. Troca frequente de emprego
  14. Dificuldade em regular as emoções
  15. Tende a receber mais multas de trânsito

Doenças comuns em quem tem TDAH

O TDAH é um transtorno em que frequentemente o paciente apresenta comorbidades. O conceito de comorbidade refere-se à existência de duas ou mais doenças ao mesmo tempo no mesmo indivíduo, essas doenças podem gerar o agravamento da outra.

Estudos apontam que mais de 70% das pessoas com TDAH apresentam alguma outra doença mental. Sendo assim, é mais comum que as pessoas tenham TDAH e outra doença, do que o TDAH sozinho. 

Dentre as comorbidades mais comuns do TDAH estão: transtornos de ansiedade, transtornos depressivos, transtorno por uso de substâncias, transtorno explosivo intermitente, transtorno afetivo bipolar, e outras.

Esse conceito de comorbidade é muito importante para fazer um plano de tratamento adequado e individualizado. 

O que pode piorar o TDAH?

Diversos fatores ambientais podem piorar os sintomas de TDAH, tais como:

  • Excesso de estímulos ambientais (visuais, sonoros);
  • Dormir pouco, sem regularidade de sono;
  • Estresse e lidar com pressão;
  • Desorganização do ambiente;
  • Sedentarismo;
  • Dieta rica em carboidratos processados e açúcares. 
tdah

Tratamento do TDAH no adulto

O tratamento do TDAH envolve vários fatores, desde dieta adequada, atividade física regular, Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), avaliação de necessidade de suplementação e tratar as comorbidades.

A avaliação de todos esses fatores já pode contribuir muito para melhorar os sintomas de TDAH, quando ainda assim os sintomas perduram e impactam negativamente no dia a dia do paciente, vale a pena fazer as intervenções medicamentosas.

tdah

A primeira linha de tratamento medicamentoso é realizada com psicoestimulantesmetilfenidato e Lisdexanfetamina. Porém são medicações com muitos efeitos colaterais (no curto e longo prazo) e risco de dependência química.

Por isso precisam ser avaliadas individualmente antes de serem prescritas. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns são: dores de cabeça, irritabilidade, insônia, perda de apetite, aumento da frequência cardíaca, piora da ansiedade, pressão alta, glaucoma, sintomas psicóticos, depressão.

Porém, quando bem indicadas, têm o potencial de transformar de modo muito positivo a vida do paciente. Muitas pessoas recorrem ao uso dessas medicações para terem um ganho de desempenho nos estudos, no trabalho, ou para ter mais energia em festas, porém esse tipo de uso não é aconselhado. 

A neurobiologia dos sintomas do TDAH estão relacionados a 2 neurotransmissores principais: dopamina e noradrenalina. Assim, para pacientes que possuem contraindicações ao uso de psicoestimulantes, ou que não toleram o seu uso, outros medicamentos não estimulantes podem ser indicados, como antidepressivos e agentes alfa adrenérgicos.

A alta frequência de comorbidades no TDAH influencia a abordagem terapêutica, sendo muitas vezes indicado tratar e melhorar as comorbidades antes de tratar com medicamentos o próprio TDAH.

Cada vez mais os estudos comprovam a importância de mudanças de estilo de vida para buscar uma saúde física e mental. Apesar da enorme importância dessas medicações, sabemos de suas limitações e que a eficácia maior do tratamento é quando conseguimos combinar medidas não farmacológicas.

Assim, além das medidas de dieta, atividade física que precisam ser individualizadas, vou citar também a importância da terapia.

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma das técnicas indicadas, ela ajuda o paciente a regular melhor suas emoções, a modificar crenças limitantes, a realizar treinamentos psicossociais e comportamentais para melhorarem suas funções cognitivas e executivas. 

Busque ajuda, TDAH tem tratamento.

Dra. Luciana Rêgo é médica psiquiatra, pós graduada em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), e já ajudou muitos pacientes com TDAH.

Dra. Luciana Rêgo

Médica Psiquiatra

CRM-SP: 212125

RQE: 114648

Leia também: https://dralucianarego.com.br/insonia-melhore-seu-sono/  https://dralucianarego.com.br/ansiedade-dicas-saiba-quando-tratar/ 

Fonte: https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posso ajudar?